Enfim A Calmaria... ²

Acordo sem querer com o som dos pássaros a minha janela, ainda de olhos fechados contemplo o som do mar que acalma meus sentidos e sinto o beijo suave da brisa salgada que toca meu rosto... Levanto assim, capaz de agüentar mais um dia comum e chato, banho-me com calma aproveitando cada gota de água que cai sobre a minha pele, tomo café sem pressa, afinal de contas o tempo e o dia são meus e não estou nenhum pouco a fim de sair da minha fortaleza calma.

Pego meu cd preferido, caminho em direção ao carro sem preocupar-me com o trânsito caótico e louco que irei enfrentar... Enquanto espero os carros seguirem em frente, ouço minha música preferida que me arranca dos insultos trocados no meio do engarrafamento e mantêm minha calma constante e imutável... Chego no trabalho esbanjando o meu melhor sorriso, um sorriso sincero que convive comigo de forma única e inexplicável; trabalho da minha forma, converso do meu jeito, escrevo sobre o meu ser. As horas passam rápido e logo estou dirigindo de volta para a minha casa iluminada e calma... Estaciono o carro, troco de roupa e caminho rumo ao mar disposta apenas a perder o resto da tarde admirando a suave dança das ondas; termino o dia acompanhada e encantada por um pôr-do-sol sem igual... A beira da praia observo meus pés serem beijados pelas ondas tranqüilizantes, caminho de volta rumo ao meu canto solitário e meu, tão meu quanto meu coração vazio.

Não que eu seja completamente sozinha, não sou... Só nunca consegui colocar alguém em teu lugar... Junto a mim caminha a tua lembrança; ainda recordo desse teu jeito, ainda relembro teu doce beijo e teu quente abraço carinhoso...

Caminho rumo a minha casa contando meus passos solitários que condizem com toda a minha calmaria; sei que você sabe que pode voltar quando quiser esta não é a minha casa e sim na nossa casa, você tem a chave e a permissão, falta apenas à coragem de regressar e engolir o teu orgulho...

Invado minha propriedade particular e sinto o suave cheiro da minha comida preferida, coração acelera, corro rumo à cozinha e te encontro lá parado em frente a pia sorrindo da minha cara desacreditada, das minhas lágrimas felizes e dos meus sorrisos bobos... Corro para teus braços confortantes e abertos para me receber...

Ouço tua voz doce e como se nada tivesse acontecido me diz com toda a pureza que existe: “Eu voltei meu amor... Para ser eternamente teu...”. E não tem forma melhor de terminar um dia calmo e perfeito; amando aquele que por direito é meu e que nunca me deixou... Amando e sendo amada... Encerro a calmaria com o furor dos teus beijos quentes sempre fui tua e isso nunca mudou... Durmo agora preparada para acordar mais uma vez em pleno estado de calmaria.